Ao distinto defunto aqui calado pelo vento,
Venho primeiro cumprimentá-lo,
Já que nunca o fiz quando daqui estava fora,
Embora, agora, debaixo dessas flores garridas,
Tal gesto ganhe a dimensão de ressurreição
- da sua parte - e internação - da minha;
Segundo, venho pedir-lhe um obséquio:
Pergunte a Deus, quando houver possibilidade, é claro,
“ Por que os pecados não vão, junto com os vermes,
Com a carne sem cor e o sangue ressequido?”
De certo, se pergunta:
Por que não vais tu perguntar a Ele
Na tua vez, ao invés do meu sono
Interromper com tamanho grilo?
Caríssimo distinto defunto debaixo dessas flores garridas,
Como posso se, tal qual a vontade de pecar,
É a vontade de não morrer?
02/09/2008