quarta-feira, 12 de agosto de 2015

ANTIGAMENTE


antigamente eu citava o poente
cantava a lua feito um doente,
nunca via a aurora de bom hálito
e era surrado pelo sol tal hábito.

mofado meu Português falhava
amarelados textos eu respirava,
parecia do sol ter alergia
e com a solidão fazia orgia.

da janela a vida invadia aos gritos...
corações de todas as idades,
palavrões novos, alguns antigos,

e eu acamado, inflamado... Doído
tendo remédios como amizades
e um gosto acre de vômito, não xingo.

MADURO


Amor
quero-te ao meu lado
no escuro do quarto
no murmúrio do mar
na paz do sono
no durante o sono
no despertar
despertar ao teu lado
vendo-te entregue e indefesa
protegida por mim
tão entregue e indefeso
em estado de câimbras
em estado cardíaco
com o pênis
em estado cardíaco também,

mas amor
quero-te ao meu lado
não apenas para ensopa-la
com saliva e loucura,
quero-te ao meu lado
a pedido do meu coração

em estado de fruta madura.